Saiba como diferentes lugares do mundo têm lidado com a pandemia do novo corona vírus
Introdução da problemática
Com seu primeiro caso confirmado na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei o coronavírus (COVID-19) caracteriza-se como uma doença viral que atinge principalmente o sistema respiratório do corpo humano. Sua transmissão ocorre principalmente via contato, seja ele com pessoas ou superfícies contaminadas, assim como por transmissão via aérea.
Segundo dados atuais, a doença já atingiu mais de quatro milhões de casos confirmados em todo o mundo e conta com um elevado número de mortes, sendo os principais países afetados pela doença a China - que recentemente conseguiu conter o avanço da doença e divulgou dados nos quais constam o fato da província de Hubei não ter registrado novos casos de coronavírus pelo segundo dia consecutivo - e a Itália. No entanto, existem registros de casos de pessoas atingidas pelo coronavírus em diversos países em todas as regiões do mundo.
Dessa forma, o UFSMUN por meio deste material visa explanar os demais impactos trazidos pela pandemia global bem como apresentar a situação de modo geral em alguns países, qual o posicionamento dos mesmos em relação à crise enfrentada e medidas que vêm sendo adotadas para prevenir a disseminação ainda maior do vírus.
África do Sul
A África do Sul foi o país mais atingido pelo novo coronavírus no continente africano, de acordo com dados oficiais, já são mais de oito mil casos, e 160 mortes registradas. Desde o primeiro momento as autoridades sul-africanas expressaram grande preocupação com o vírus, atentando para o fato de que em duas semanas a doença ultrapassou o Egito em número de casos de pessoas infectadas.. No entanto, apesar de ter um começo parecido com demais países, a África do Sul passou por uma situação sem precedentes: ao invés de continuar em uma curva ascendente acentuada o número de casos foi caindo.
Brasil
Em fevereiro de 2020, aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) foram enviados à China para buscar os cidadãos brasileiros que estavam na cidade de Wuhan, que foi onde o coronavirus se espalhou inicialmente. Todos foram testados para a doença antes de embarcarem, e ao chegar no Brasil, os cidadãos repatriados, a equipe médica e a tripulação do vôo ficaram em quarentena na cidade de Anápolis (GO) por 18 dias. O Brasil registrou o primeiro caso de coronavirus no dia 26 de fevereiro de 2020 em São Paulo, de um cidadão que havia voltado da Itália, e após dois dias da confirmação da doença, pesquisadores brasileiros realizaram a sequenciação completa do genoma do vírus, e o nomearam SARS-CoV-2; esse foi também o primeiro caso de toda a América Latina. Em março, as primeiras medidas de distanciamento social começaram a ser tomadas no país, sendo que o Distrito Federal foi a primeira unidade brasileira a suspender as aulas nas redes pública e privada e atividades de atendimento ao público, seguido por São Paulo e Rio de Janeiro. Durante uma viagem aos Estados Unidos, grande parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro contraiu o vírus, e foi confirmado depois que o vetor havia sido Fábio Wajngarten, o secretário especial de Comunicação Social do Planalto; o presidente brasileiro chegou a fazer duas vezes o teste para a doença, e declarou que os dois deram negativo. Entre os contaminados da alta cúpula do governo estão Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e Nestor Forster, embaixador do Brasil em Washington.
Também em março, foi confirmada a primeira morte por Covid-19 no dia 17, em São Paulo. O presidente Bolsonaro tentou tomar diversas medidas que visavam somente a proteção da economia do país, o que lhe rendeu muitas críticas e, eventualmente, a retirada de tais medidas. Ele tentou tomar uma Medida Provisória que flexibiliza leis trabalhistas, permitindo a suspensão de contratos de trabalho por até 4 meses, bem como uma que permitia redução salarial pelo mesmo período, além de pedir "retorno à normalidade" em um pronunciamento que fez em rede nacional, até que, em abril, foi publicado no Diário Oficial da União uma lei que dará auxílio de R$600 mensais por um período de três meses. O auxílio começou a ser pago para trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEIs), autônomos e desempregados que se enquadram em requisitos básicos para o recebimento do dinheiro.
Até o começo do mês de maio já foram registrados 137 mil casos de coronavírus e mais de nove mil mortes, além disso, o país passa por um sério problema de subnotificação, já que os testes para a doença só são realizados em casos mais grave, um estudo recente conduzido por especialistas da USP aponta o Brasil como o epicentro global do coronavírus. Há também a estimativa de que os casos da doença continuem crescendo devido ao afrouxamento das medidas de isolamento social, que tem respaldo em discursos presidenciais.
Coreia do Norte
A Coréia do Norte foi um dos primeiros países a fechar suas fronteiras diante da pandemia do coronavírus, ainda no mês de janeiro (JAPAN TIMES, 2020). O governo também negou a existência de quaisquer casos dentro do território nacional, porém há forte receio de que o vírus tenha entrado no país por meio de sua fronteira com a China, que é o principal parceiro comercial da Coreia do Norte. Alguns analistas já demonstraram preocupação com a existência de um possível surto da doença no território norte-coreano, tendo em vista que o país possui um sistema de saúde precário e continua sendo alvo de fortes sanções. Além disso, o governo de Donald Trump enviou uma carta oferecendo ajuda humanitária à Coreia do Norte na luta contra a pandemia, a fim de aproximar os dois países. Até o começo do mês de maio, o país seguia sem casos confirmados da doença.
Coreia do Sul
A Coreia do Sul foi um dos primeiros países atingidos pela COVID-19. Apesar disso, também é o Estado que possui uma das menores taxas de letalidade, atualmente próxima a 0,97% dos que contraem o vírus (AL JAZEERA, 2020). Seu sucesso se deve à rápida produção de testes desde o início da crise, que somados à aplicação de quarentena a todos os infectados, fez com que a Coreia do Sul conseguisse controlar a pandemia sem a necessidade de aplicar um lockdown - paralisação dos fluxos de deslocamento e, consequentemente, da economia - nacional. Até então, foram registradas mais de duzentas e cinquenta mortes e dez mil casos.
A transmissão do coronavírus em território sul-coreano causou uma série de controvérsias, já que grande parte dos casos da doença no país foram entre membros da seita cristã Shincheonji. O governo da capital, Seul, iniciou um processo contra o líder do grupo, e mais de 1 milhão de cidadãos assinaram petição pedindo o desmantelamento da seita.
Equador
No Equador os sistemas de saúde e funerário estão colapsados, pois não há caixões suficientes para todos os mortos e muitos destes são recolhidos em casa por não conseguirem atendimento médico a tempo. Até o terceiro dia de abril já eram mais de 2,700 casos confirmados e 98 mortes, porém, na cidade de Guayaquil, epicentro da doença, o governo informou que já retirou 150 corpos de suas casas e que não conseguirá testar todos para confirmar se essas mortes foram em decorrência do COVID-19 (E.M, 2020). Como medidas de contenção a disseminação do vírus, o país vem adotando um toque de recolher e suspendendo as atividades profissionais. Em detrimento do colapso, muitas famílias têm de conviver por até 4 dias com os corpos de seus entes queridos aguardando a sua retirada, outros, tomados pelo desespero, atiram os corpos na calçada (EL PAÍS, 2020). O governo equatoriano sob o comando do presidente Lenín Moreno, após diversas denúncias de descaso com a população, deixou de agir de forma reticente e passou a incorporar as Forças Armadas para auxiliar na retirada dos corpos e cedeu autorização de trabalho em tempo integral para funerários. O Equador é o segundo país com maior número de infectados na América do Sul, ficando atrás somente do Brasil, cujo é 12 vezes maior em extensões territoriais. Até o começo de maio já foram confirmados no Equador trinta mil casos e mil e quinhentas mortes.
França
A França é um dos países mais afetados pela pandemia da COVID-19 no continente europeu, sendo o terceiro com maior número de morte no mundo - atrás apenas da Itália e da Espanha. Até a primeira quinzena de maio o país já somava mais de vinte e cinco mil mortes e 138 mil casos confirmados. O país entrou em confinamento desde o dia 17 de março e o mesmo está previsto para acabar no dia 11 de maio, apesar da data estar próxima há o temor de uma segunda onda de contágio, de acordo com o site da UOL o alerta foi feito pelo próprio primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, dizendo que "o risco de uma segunda onda, que viria a atingir um setor hospitalar já fragilizado, que determinaria um novo 'reconfinamento', que arruinaria os esforços e os sacrifícios consentidos (...) é um sério risco".
Índia
Ao final do mês de janeiro, a Índia, registra seu primeiro caso de COVID-19, no estado de Kerala, ao sul do país. Segundo as autoridades indianas, um aluno que estava a estudar na universidade de Wuhan, a mais atingida pelo surto do vírus, apresentou resultado positivo para o vírus, relata a coluna do jornal JN Direto, em 30 de janeiro. Em seguida segue computando, registrando 390 casos do novo coronavírus até o final do dia 22 de março. Diante disso, o primeiro-ministro pediu para que milhões de indianos aderissem à estratégia de “lockdown”, com o intuito de conter o avanço do vírus. As medidas foram, ao menos inicialmente, apoiadas pela população, que esvaziou as ruas e fechou os comércios de alguns dos principais centros urbanos do país de 1,3 bilhão de habitantes. De modo a conter o avanço da pandemia, o país está implementando medidas emergentes como a suspensão de vistos, medida a qual estava vigente até o dia 15 de abril, no entanto, excluindo diplomatas, funcionários da ONU e pessoas com vistos de trabalho ou projeto. A Índia ainda foi o primeiro país a suspender vistos da China, Coreia do Sul, Itália e Irã, e a partir do dia 10 de março para a Espanha, Alemanha e França. Além de vistos, o estado de Manipur também anunciou o fechamento da fronteira terrestre com Myanmar. Assim, diante de tal cenário, o país concentra um total de 56 mil infectados e mil e oitocentas mortes relatadas pelo COVID-19, até o dia 07 de maio. Em meio a esta crise, mudanças no cotidiano são inerentes, devido às estratégias de um imenso bloqueio planejamento pelo governo, logo eventos, como a premiação de gala anual da indústria cinematográfica indiana, conhecida como Bollywood esperada para o dia 27 de março, teve que ser adiada,"devido a preocupações crescentes sobre a disseminação do Covid-19 e para preservar a saúde e a segurança dos fãs da IIAF", relata o organizador da cerimônia da Internacional Indian Film Academy.
Por: Bianca Ojczenasz Schmidt, Guilherme dos Santos Schmeling, Luciana Marchi Reses, Manuela Costa Reis, Miguel da Silva Rodrigues, Muriel Hesse Block, Vinícius Antônio Leite Morelatto e William Wuttke Martins.
Essa publicação é uma reprodução do texto presente na 2ª Edição do Expresso UFSMUN, escrito e publicado em abril de 2020.
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