Os Jogos Olímpicos de 2020, o maior evento esportivo em escala global, que desta vez foi realizado em Tóquio em 2021, começou oficialmente no dia 23 de julho e teve sua cerimônia de encerramento no dia 8 de agosto. Dando jus ao seu lema oficial “Unidos pela Emoção”, os jogos em Tóquio foi uma edição memorável que emocionou nações com o triunfo dos atletas e suas histórias de superação, particularmente após um ano marcado pela pandemia do Covid-19. Os jogos terminaram com os Estados Unidos em 1° lugar no quadro de medalhas, tanto no número de medalhas de ouro (39) quanto no total de conquistas (113).
Para além daqueles que compuseram o topo do ranking final das Olimpíadas 2020, devemos dar destaque para os países considerados emergentes no sistema internacional, que também marcaram os jogos olímpicos desse ano: Brasil, China, Cuba e Rússia. Os países emergentes, também chamados de países em desenvolvimento, são aqueles que entraram em um processo de industrialização recente e que não apresentam um nível de desenvolvimento econômico elevado como os países ricos, mas que estão em crescimento acelerado.
A China, apesar de ser uma das maiores potências econômicas do mundo, é classificada como um país emergente, pois está em estado de desenvolvimento. Nos jogos olímpicos de Tokyo, o país ficou em 2° lugar, após passar grande parte da competição na frente dos Estados Unidos, e finalizou com 38 medalhas de ouro, 32 de prata e 18 de bronze, totalizando 88 medalhas.
A Rússia, após o escândalo de doping entre os atletas russos em 2015, enfrentou restrições nos Jogos Olímpicos e competiu com o nome de Comitê Olímpico Russo (ROC). Mesmo devido às restrições, o Comitê Russo foi um grande competidor nos jogos e terminou em 5° lugar com 20 medalhas de ouro, 25 de prata e 23 de bronze, totalizando 71 medalhas.
O Brasil encerrou os jogos com sua melhor campanha na história das Olimpíadas, voltando do Japão com 21 medalhas, 7 de ouro, 6 de prata e 8 de bronze, e o 12° lugar. Apesar do país desvalorizar o esporte e não investir em seus atletas, tivemos grandes destaques como Rebeca Andrade, Rayssa Leal, Isaquias Queiroz, Hebert Conceição e entre outros grandes competidores brasileiros.
Por último, Cuba, que levou a Tóquio uma delegação de 69 atletas, a terceira menor delegação desde 1960, conseguiu o melhor desempenho das últimas quatro edições. A eficiência cubana foi protagonizada pelo boxe, levando quatro medalhas de ouro. Ao final, foram 7 medalhas de ouro, 3 de prata e 5 de bronze, e o 14° lugar, colocando mais um país latino-americano nas maiores posições do ranking.
Desse modo, embora termos grandes destaques de países emergentes na competição, os Jogos Olímpicos são essencialmente marcados por uma discrepância global. Tradicionalmente, os países desenvolvidos são aqueles que tiveram maiores êxitos ao longo da história das competições olímpicas. O quadro de medalhas reflete a exorbitante concentração de riqueza e o nível de desigualdade entre as nações. É imprescindível analisarmos que a competição está muito ligada à quantidade de recursos que cada país tem disponível para investir no mundo do esporte. Com isso, países menores não tem vez para competirem com as maiores potências do mundo, onde as conquistas não dependem somente do esforço individual dos atletas.
Escrito por: Laura Brand, Acadêmica de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Referências:
Jogos Olímpicos de Tokyo. Olympics. Disponível em: https://olympics.com/tokyo-2020/en/
Brasil de despede de Tokyo com a melhor campanha na história das Olimpíadas. El País. Disponível em: https://brasil.elpais.com/esportes/jogos-olimpicos/2021-08-08/jogos-olimpicos-de-toquio-2020-ultimas-noticias-e-medalhas-ao-vivo.html
Histórico Olímpico em gráficos. Infográficos Estadão. Disponível em: https://infograficos.estadao.com.br/public/esportes/jogos-olimpicos/2016/historico-olimpico-em-graficos/
Olimpíadas ‘humilham’ países mais pobres. BBC. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/07/120731_olympics_ru
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