Entenda o surgimento e implicações da crise política na República Bolivariana da Venezuela
As eleições venezuelanas realizadas em abril de 2013 que resultaram na vitória de Nicolás Maduro foram expressivamente criticadas pelos seus opositores políticos, taxando o processo eleitoral de fraudulento. Nesse contexto, o primeiro mandato de Maduro foi marcado por ondas de protestos violentos, apagões em cidades, escassez de alimentos, medicamentos e água, hiperinflação acentuada juntamente a um baixo salário mínimo. A oposição culpava Maduro pelo cenário caótico no país, enquanto o mesmo culpava a oposição política por estar servindo aos interesses dos Estados Unidos.
Seis anos após o seu primeiro mandato como presidente, Maduro foi reeleito em 2018 numa eleição acompanhada por várias denúncias de fraudes, feitas tanto pela oposição venezuelana quanto por outras instituições internacionais, dando força a movimentos pelo país reivindicando novas eleições gerais, acentuando ainda mais a crise política e econômica no país, as quais não foram suficientes para desestabilizar a posição de Maduro no governo, mesmo havendo uma crescente desaprovação do mesmo, o presidente venezuelano tem garantido a sua permanência na presidência através do apoio por uma parte da população e de militares simpatizantes.
Frente ao agravamento da crescente crise econômica no país, a população venezuelana tem ansiado por uma nova liderança política que venha reestabelecer a estabilidade política e econômica no país. Em janeiro de 2019, Juan Guaidó assume a presidência da Assembleia Nacional da Venezuela, tornando-se uma figura política notável para a oposição em confronto ao governo de Maduro. Guaidó, o qual se autoproclamou presidente interino da Venezuela sendo assim também reconhecido por vários países internacionais, vem fazendo frente às manifestações contra as políticas de Maduro, exigindo novas eleições gerais.
Sendo a Venezuela um país economicamente refém das exportações de petróleo, a queda no preço dos barris fez com que houvessem baixos investimentos internos e fugas de investimentos externos, contribuindo sequencialmente para o surto de uma hiperinflação. A recessão econômica enfrentada pelo país desencadeou o surgimento de uma crise de caráter humanitário, resultando na escassez de suprimentos essenciais básicos a sobrevivência humana, como medicamentos e alimentos.
A violação sistemática dos direitos sociais, culturais e econômicos em solo venezuelano, tem despertado a atenção e inquietação da comunidade internacional frente aos acontecimentos. A política repressiva de Maduro vem sido criticada por vários países, onde tal descontentamento chegou a promover o surgimento do Grupo de Lima, o qual consiste num fórum de articulação política criado em 2017 na capital do Peru para acompanhar a situação da Venezuela, sendo composto atualmente por 14 países, incluindo o Brasil.
Contudo, a inexistência de um consenso frente à crise política, econômica e humanitária está agravando cada vez mais a crise na Venezuela, atingindo diretamente a população venezuelana, sendo a mais afetada perante as disputas, visto que o país sofre de desabastecimento e ausência de garantias, que possam promover o direito a liberdade e a seguridade aos venezuelanos.
Por: Guilherme dos Santos Schmeling; Bianca Ojczenasz Schmidt; Douglas Welter Reichert; Muriel Hesse Block; William Wuttke Martins
Essa publicação é uma reprodução do texto presente na 1ª Edição do Expresso UFSMUN, escrito e publicado em outubro de 2019.
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