top of page

Os impactos do Corona Vírus ao redor do mundo I

Atualizado: 3 de set. de 2020

Saiba como diferentes lugares do mundo têm lidado com a pandemia do novo corona vírus


Introdução da problemática


Com seu primeiro caso confirmado na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei o coronavírus (COVID-19) caracteriza-se como uma doença viral que atinge principalmente o sistema respiratório do corpo humano. Sua transmissão ocorre principalmente via contato, seja ele com pessoas ou superfícies contaminadas, assim como por transmissão via aérea.

Segundo dados atuais, a doença já atingiu dois milhões de casos confirmados em todo o mundo e conta com um elevado número de mortes, sendo os principais países afetados pela doença a Itália e China, que recentemente conseguiu conter o avanço da doença e divulgou dados nos quais constam o fato da província de Hubei não ter registrado novos casos de coronavírus pelo segundo dia consecutivo. No entanto, existem registros de casos de pessoas atingidas pelo coronavírus em diversos países em todas as regiões do mundo.

Dessa forma, o UFSMUN por meio deste material visa explanar os demais impactos trazidos pela pandemia global bem como apresentar a situação de modo geral em alguns países, qual o posicionamento dos mesmos em relação à crise enfrentada e medidas que vêm sendo adotadas para prevenir a disseminação ainda maior do vírus.


Alemanha


Há a suspeita de que o coronavírus tenha adentrado as fronteiras alemãs por meio de um grupo de esquiadores, esse fato levanta a hipótese explicativa da idade média dos infectados é inferior à verificada em demais países do continente Europeu, sendo em média 49 anos, enquanto na França e na Itália, por exemplo, os acometidos pela doença têm em média 62 anos. Segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), o número de pessoas infectadas com o coronavírus na Alemanha atingiu a marca de em cento e quarenta e cinco mil casos. Entretanto o RKI considera apenas números transmitidos eletronicamente dos estados federais e atualiza sua lista uma vez por dia, registrando também até o dia 20 de abril de 2020 um total de mais de quatro mil mortes.

De acordo com o NY Times alguns fatores foram importantes para o baixo número de mortes na Alemanha em relação a outros países, sendo o ponto supracitado um deles, além disso as poucas mortes na Alemanha pode ser explicada em grande parte pelo fato da realização um número elevado de diagnósticos em laboratório, juntamente com o sistema de saúde vigente no país que lhe permitiu antecipar os efeitos da crise e se preparou com antecedência, aumentando a capacidade dos leitos das UTIs. A Associação Federal da Indústria Alemã (BDI) espera que a crise tenha graves consequências para a economia alemã e internacional. "Para a Alemanha, um declínio no produto interno bruto de três a seis por cento deve ser esperado no ano em curso ", disse o gerente geral da BDI Joachim Lang, ao jornal alemão WELT. A demanda no exterior por produtos alemães também despencou como resultado do vírus e a proibição de contatos e as restrições de saída também significam que os alemães dificilmente podem gastar dinheiro dentro do país.


Argentina


Após a confirmação de 128 casos de coronavírus, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a colocar toda sua população sobre quarentena total. O Estado proibiu que seus habitantes saiam na rua até o dia 31 de março, a não ser que seja por razões essenciais, como a compra de alimentos e medicamentos (EL PAÍS, 2020).

As escolas públicas e privadas foram fechadas e os trabalhadores, tanto do setor público quanto do privado, ganharam licença de 14 dias. Desde a decretação da quarentena pelo presidente Alberto Fernández, 4 mil pessoas foram detidas por descumprirem as ordens da quarentena, e o governo conseguiu o apoio da oposição para a implementação de medidas de prevenção e contenção do vírus (CLARIN, 2020).

O país liberou, no dia 18 de abril de 2020, algumas atividades estatais, comerciais e médicas. Os trabalhadores que atuam nessas áreas específicas podem voltar ao trabalho e não estão mais obrigados a cumprir a quarentena, que segue até o dia 26 de abril, podendo ser prolongada. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Argentina foram registrados 2.839 casos de coronavírus e 132 mortes.


Canadá


No Canadá, uma das primeiras medidas adotadas pelo governo foi o fechamento de suas fronteiras com o intuito de frear a epidemia do novo coronavírus no país. O primeiro ministro, Justin Trudeau, tem apostado no pedido aos canadenses para que pratiquem o auto isolamento no combate ao vírus, uma vez que o país ainda não decretou estado de emergência para limitar com maior rigidez a movimentação de seus cidadãos. No contexto econômico, o governo anunciou um pacote de auxílio no valor de 27 bilhões de dólares canadenses para as pessoas e empresas mais afetadas com a crise (O GLOBO, 2020). Com a disparada do surto, o país chegou a registrar até o primeiro dia de abril mais de 10 mil casos e 130 mortes (G1, 2020). Atualmente, em parceria com a Universidade British Columbia, o governo canadense vem financiando um estudo que propõe um tratamento no qual o método utilizado, é responsável por bloquear a entrada da infecção nas células dos indivíduos e já vem sendo testado em tecido humano (EXAME, 2020).


Espanha


Em três de fevereiro o Ministério da Saúde espanhol declarou que seguiria o protocolo de atuação relativo ao COVID-19, na época ainda havia apenas um caso da doença no território do país. Até o dia dezenove de abril foram confirmados cerca de duzentos mil casos e 20 mil mortes. Diante disso, o governo espanhol estabeleceu o fechamento de escolas e do comércio não essencial, suspendeu eventos de lazer, esportivos e culturais e estatizou hospitais até o final da epidemia para poder atender o máximo possível de cidadãos. No dia quinze de março o governo declarou estado de emergência no país e o Ministro da Saúde, Salvador Illa afirmou, em uma conferência de imprensa, que a incidência de casos está estabilizando e que curva está próxima do pico e tende a diminuir.


Estados Unidos


Os Estados Unidos tiveram seu primeiro caso de coronavírus reportado no final de janeiro de 2020 no estado de Washington e em 02 de abril do mesmo ano já contam com mais de duzentos e quarenta e cinco mil casos espalhados pelos cinquenta estados do país, sendo a maior parte dos infectados localizados nos estados de Nova York e Nova Jersey de acordo com o jornal O Globo. Os Estados Unidos também são os detentores do número mais elevado de falecimentos em decorrência da doença, atingindo a marca de 1 169 pessoas, superando o número de óbitos registrados pela Itália em um período de 24 horas.

Houve o lançamento de um plano econômico avaliado em três trilhões de dólares que terá diversas finalidades, desde alívio econômico por meio de empréstimos a pequenos empresários, auxílio a hospitais e sistemas de saúde, extensão do seguro desemprego e ajuda financeira a cidadãos de poder aquisitivo inferior. O país encontra-se com seus hospitais sobrecarregados devido ao elevado número de infectados que necessitam de atendimento médico especializado, e, apesar de não estar em estado de lockdown, cerca de 90% da população estadunidense se encontra em distanciamento social.

No entanto, nem a pandemia é capaz de dissolver as tensões existentes entre Estados Unidos e China. De um lado, o presidente estadunidense descreve o coronavírus como “vírus chinês”, o que de acordo com a agência estatal chinesa, Xinhua, configura o uso de termos racistas e xenófobos para culpar outros países pelo surto, demonstrando a irresponsabilidade e incompetência política, servindo apenas para intensificar o medo pela doença, na tréplica o presidente Donald Trump limitou-se a reafirmar sua posição argumentando uma vez que o vírus veio da China, o termo “vírus chinês” é muito preciso. Os comentários feitos pelo presidente foram altamente repudiados dentro dos Estados Unidos por terem o poder de estimular a hostilidade contra imigrantes e membros de comunidades asiáticas. Em contraponto, o governo chinês sustenta acusações acerca do fato do vírus ter sido levado até a China por meio de militares estadunidenses, Trump mostrou-se descontente com as informações erradas disseminadas pelo país asiático, afirmando que “nossos militares não passaram nada a ninguém”.


Reino Unido


No início da crise do COVID-19, o governo britânico tomou medidas que foram na direção oposta ao que os outros países estavam implementando. Ao invés de tentar conter o avanço da doença, a estratégia inicialmente adotada consistia na criação de “imunidade coletiva”, na qual grande parte da população deveria ser exposta ao novo coronavírus para que a população seja naturalmente imunizada (O’GRADY, 2020).

No entanto, o governo voltou atrás e reconheceu os riscos dessa estratégia, que segundo alguns estudos poderiam levar à morte de mais de 500.000 pessoas (GALLAGHER, 2020). Diante disso, têm-se utilizado uma série de medidas de quarentena, e as eleições municipais planejadas para esse ano foram adiadas para 2021, a fim de conter a transmissão do vírus (PROCTOR, 2020). Até o dia 20 de abril, o Reino Unido registrou dezesseis mil mortes causadas pela COVID-19 além de cento e vinte mil casos, sendo a sexta nação mundial a superar a marca de cem mil pessoas contaminadas.


Irã

Irã tem sido um dos países mais afetados pela pandemia do coronavírus. Até o dia 20 de abril de 2020, ele se encontra como um dos países com grande número de mortos, 5 209 e mais de 83 mil casos confirmados.

Devido à falta de transparência e censura no âmbito doméstico, é difícil concluir se o número de casos divulgados pelas autoridades é real ou não, porém o país já vinha sofrendo com uma economia em declínio diante da imposição de sanções lideradas pelos Estados Unidos, o que tende a se agravar com o avanço do coronavírus.

A resposta das autoridades à pandemia tem sido conflitante. Inicialmente, houve resistência em assumir a crise, e o governo permitiu a realização de eleições em meio à entrada do vírus no país, o que ajudou ainda mais no aumento do número de casos.

Muitos líderes políticos acusam o governo dos Estados Unidos de ter criado uma arma biológica contra a China e o Irã, sendo que o Líder Supremo, Ali Khamenei, em discurso à nação, afirmou que os EUA haviam utilizado informação genética dos iranianos para a criação do vírus (AL JAZEERA, 2020). O país também negou ajuda humanitária oferecida pelos EUA e pediu um empréstimo ao FMI (REUTERS, 2020).

Alguns pesquisadores iranianos afirmam que o número de mortos pode oscilar entre 12.000, caso o país aplique a quarentena durante os próximos meses, ou até 3,5 milhões de iranianos poderiam morrer diante do colapso do sistema de saúde nacional (DEUTSCHE WELLE, 2020).


Itália


Apesar de a China ter registrado o maior número de casos do novo coronavírus até o dia 23 de março de 2020, a Itália logo se tornou o país com o maior número de mortos pela COVID-19. Dos mais de 178 mil contaminados no dia 19 de abril, 23 660 morreram por complicações da doença.

Entre as causas que levaram o país a essa significativa taxa de letalidade estão a sua alta população de idosos, já que a Itália tem a segunda população mais velha do planeta, e o colapso do sistema de saúde nacional, devido ao amplo número de casos registrados simultaneamente na região da Lombardia (SIMON, 2020). Além disso, o país demorou a reconhecer a gravidade da pandemia, e a população seguiu com a vida de maneira relativamente normal até a doença já atingir certo nível de disseminação na parte norte de seu território.

Quando o governo implementou o sistema de quarentena no norte italiano, milhares de migrantes do sul do país deixaram as cidades da região em direção a suas casas no Sul, o que pode ter colaborado ainda mais para o avanço da transmissão viral. Diante disso, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, declarou “lockdown” nacional no dia 10 de março, fechando todos os comércios não essenciais (GIUFFRIDA, 2020). Desde então, o aumento no número de casos e óbitos fizeram com que a população italiana aderisse à quarentena, e os números de novos casos começaram a diminuir. Ajuda humanitária da China e da Rússia também chegaram ao país (SYLVERS, 2020; FINANCIAL TIMES, 2020).


Portugal


O governo português renovou no último dia 03 de abril o estado de emergência devido a COVID-19. O país registra o número total de 735 mortes e mais de 20 mil casos confirmados de infectados, segundo dados de 20 de abril de 2020. Uma grande preocupação ao governo é a chegada do feriado da Páscoa, cuja comemoração é muito tradicional e cara aos portugueses. Com objetivo de evitar deslocamentos, o governo determinou que estão proibidos os deslocamentos entre as cidades portuguesas entre a quinta-feira (09) até segunda (13). Os aeroportos também estarão fechados durante esse período, salvo exceções (UOL, 2020).

O norte do país é a região mais preocupante, concentrado 60% dos casos até o momento, seguida pela região de Lisboa e do Vale do Tejo. Segundo o relatório mais recente da Direção-Geral de Saúde de Portugal, 68 pessoas contaminadas já conseguiram se recuperarem (NIT, 2020).


Por: Bianca Ojczenasz Schmidt, Guilherme dos Santos Schmeling, Luciana Marchi Reses, Manuela Costa Reis, Miguel da Silva Rodrigues, Muriel Hesse Block, Vinícius Antônio Leite Morelatto e William Wuttke Martins.

 

Essa publicação é uma reprodução do texto presente na 2ª Edição do Expresso UFSMUN, escrito e publicado em abril de 2020.

 

Olá! Bem-vindo ao nosso blog! Aqui temos o intuito de levar a informação até você sobre temáticas da atualidade que envolvam o Brasil e mundo. Conte-nos o que achou nos comentários e, para mais conteúdos desse tipo, siga nossas redes sociais e não deixe de assinar nossa Newsletter! 🥰



11 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page