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A Assembleia Geral das Nações Unidas de 2020



Deu-se início nesta terça-feira (22) a 75ª sessão de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). Deparando-se com a situação excepcional de pandemia de COVID-19, a ONU tem este ano, no 75º aniversário da AGNU, o primeiro debate majoritariamente digital do comitê, possuindo recorde de delegações na discussão - total de 125 Chefes de Estados e 57 Chefes de Governo inscritos para realizar seus discursos.

Sob o tema “O futuro que queremos, as Nações Unidas que precisamos: reafirmando nosso compromisso coletivo com o multilateralismo”, a AGNU de 2020 tem como tópicos da sua agenda questões relacionadas à saúde global, igualdade total, ação climática e reconstrução do mundo para as gerações futuras, reforçando ideais de cooperação e diálogo entre nações.

Ao longo dos dias de atividade, a AGNU promove diversos debates, principalmente, sobre os tópicos referentes a sua agenda tendo no dia 30 de setembro a Cúpula sobre Biodiversidade, para tratar de assuntos referentes à atividade humana sobre a fauna e flora mundiais; dia 1º de outubro tomarão espaço discussões sobre desigualdade de gênero no 25º aniversário da Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher; e no dia 2 de outubro, último dia de atividades da Assembleia Geral, é aberta a reunião plenária para promover e comemorar o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares.


CONSULTA GLOBAL


Primeiramente, foram apresentados ao início das atividades da Assembleia Geral os resultados da consulta global realizada mundialmente sobre o papel da Organização das Nações Unidas no mundo, seus desafios e planos para o futuro. A pesquisa contou, até o dia 21 de setembro, com a participação de mais de 1 milhão de pessoas de cerca de 82 países diferentes, revelando uma visão maioritariamente positiva a respeito da Organização.

Ainda sim, constatou-se uma demanda expressiva dos cidadãos globais em relação à ações contra a desigualdade e mudanças climáticas, cobrando de líderes mundiais posicionamentos mais solidários frente às dificuldades do mundo, especialmente no momento crítico em que vivemos. Durante a pandemia, há a necessidade urgente de ampliar o acesso a serviços básicos como saúde, educação e saneamento básico, além de ferramentas que possibilitem as medidas de contenção do vírus recomendadas pela OMS.


ANTONIO GUTERRES E VOLKAN BOZKIR


Abrindo as atividades da AGNU, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, realiza seu discurso de abertura reforçando a importância da união global em prol da paz, respeitos aos direitos humanos e preservação do mundo para o futuro. Guterres ainda faz um apelo para que as nações que atualmente se encontram em estado de cessar-fogo, devido à pandemia do vírus COVID-19, o respeitem e façam esforços conjuntos para sua manutenção até, ao menos, fim de 2020, auxiliadas pelo Conselho de Segurança para a promoção da paz e diminuição de conflitos. Além disso, o SG reforça a importância da continuidade de ações em resposta ao “novo” coronavírus e critica atuais atitudes que promovem a limitação do acesso à vacina mundialmente.

Em concordância com isso, o atual presidente da AGNU, Volkan Bozkir, afirma que a 75ª Assembleia Geral tem papel importantíssimo para a construção de um mundo melhor, sendo o multilateralismo entre nações essencial para o planejamento do futuro pós-pandemia. Através de um debate “franco, transparente e orientado”, os Estados presentes na AG de 2020 serão capazes de projetar um porvir sustentável - tendo em vista a Década de Ação da Agenda 2030 da ONU - reconhecendo seus erros e com mudanças que impeçam que estes se repitam futuramente.


BRASIL NA ASSEMBLEIA GERAL


Este ano, respeitando as diretrizes de contenção do coronavírus estabelecidas pela OMS, todos os discursos feitos por Chefes de Estado serão enviados em formato de vídeo e reproduzidos ao longo da sessão, enquanto o Hall da Assembleia Geral receberá apenas um representante de cada nação durante os dias de discussão.

Assim, tradicionalmente, a República Federativa do Brasil foi o primeiro país a realizar seu discurso na lista de oradores da AGNU. Isto acontece desde de 1955 como reconhecimento do papel importante de Oswaldo Aranha - Ministro brasileiro de Relações Exteriores de 1938 a 1944 - nas primeiras deliberações da Assembleia Geral, presidindo a primeira sessão especial da Assembleia e a segunda sessão ordinária em 1947.

Desta forma, o presidente Jair Bolsonaro abriu o debate na terça-feira de manhã, realizando seu discurso sobre questões relacionadas ao COVID-19 e a economia, liberdade de culto e às queimadas presentes no Pantanal e na Amazônia atualmente - que, segundo ele, é um assunto que sofre uma “campanha de desinformação” pois “a floresta [Amazônica] é úmida e não permite o fogo no seu interior” e “os focos de incêndios acontecem no entorno leste da floresta, onde moradores queimam seus lixos em áreas desmatadas.”. Além disso, Bolsonaro afirma possuir uma “política de tolerância zero” frente à crimes ambientais - a qual não demonstra possuir nenhum resultado prático visível em dois anos de governo. Assista o discurso do presidente na íntegra aqui.


Para mais informações sobre a 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas acesse: https://news.un.org/pt/tags/ag75.

 

Escrito por Laura Lencina.


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