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Após negligenciarem questão sobre demarcações territoriais, membros optam pelo fechamento da sessão

Peru solicitou que a sessão fosse restrita às delegações, sem a imprensa


Ainda no dia de ontem (27/11) iniciou a segunda sessão da Organização dos Estados Americanos. A presença da delegação brasileira incentivou o debate. Hoje, 28/11, o evento iniciou com a coletiva de imprensa e, em seguida, se deu o início da terceira e quarta sessão. Discussões acerca da economia e agricultura foram fundamentais para a conversa. O fim da quarta sessão foi marcado pela ausência da imprensa. O UFSMUN se encerra hoje às 19h.


A segunda sessão iniciou com o delegado do Brasil explicando o atraso e afirmando que está disposto a fazer o possível para promoção de igualdade e garantias de direitos da população indígena. Em decorrência da ausência do Brasil na primeira sessão, Peru e Uruguai propuseram o retorno da pauta sobre questões territoriais, porém o tópico não teve andamento. A garantia de direitos básicos aos povos indígenas efervesceu o debate. Assim, os delegados partiram para a produção de um documento para abordar a efetivação de direitos sociais à população indígena.

Ao fim da segunda sessão, Uruguai e Brasil discutiram sobre o uso da Floresta Amazônica em prol do desenvolvimento econômico. A delegada do Uruguai afirmou que as medidas do Brasil envolvendo o desmatamento da Floresta não estão garantindo a sua proteção e, assim, propôs a intervenção de outros países caso a nação brasileira não tivesse capacidade de garantir a segurança do bioma. A delegação do Brasil pontuou, em resposta, que a agropecuária move o país: “Nós não estamos dispostos a abrir mão dessa exploração, o mais importante é a economia do país”.

A coletiva de imprensa teve como principais atores Peru e Brasil. O delegado do Peru foi questionado sobre o motivo de ter excluído o tópico sobre demarcação de terras da proposta de agenda inicial, e, em sua defesa, alegou que a questão era “antiga” e não tinha urgência para ser debatida no momento, apesar de ser um dos tópicos mais abordados quando se cita a questão dos povos originários. Posteriormente, o delegado do Brasil foi contestado sobre a questão da exploração dos recursos naturais da Floresta Amazônica e quais medidas seriam tomadas para proteger o bioma do desmatamento, que vem se intensificando nos últimos anos de maneira abrupta. Em resposta, o delegado afirma que as medidas necessárias para a fiscalização já têm sido tomadas ao máximo. Contudo, quando indagado sobre a eficiência dessas medidas, o delegado respondeu que o desmatamento, apesar de ser algo prejudicial, faz parte do processo econômico, assim, colocando a preservação ambiental em segundo plano.

A pauta sobre demarcações de terra voltou a ser foco de debates na terceira sessão. Enquanto os delegados discutiam a proteção e legalização das terras, a mesa recebeu uma notícia urgente sobre a explosão de conflitos entre povos indígenas e fazendeiros no estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil. Assim, a pauta acerca das demarcações de terras, que outrora foi deixada de lado pelos países presentes, voltou para os debates do comitê. Neste momento, o delegado do Peru, autor do pedido de exclusão da pauta, solicitou que a discussão fosse feita sem a presença da imprensa, contando com o apoio das demais delegações.

Após o fim da sessão, as delegações, em conjunto, emitiram uma nota à imprensa, onde se comprometeram a enviar o Exército Nacional, no caso do governo brasileiro, à região afetada. Além disso, a República do Peru notificou que irá disponibilizar 2.000 soldados do Ejercito Nacional de la República del Perú, subordinados às ordens do Exército Nacional do Brasil, no período máximo de 01 ano. A República da Costa Rica, por sua vez, informou que irá enviar 400 caixas de recursos alimentares, fornecendo ajuda humanitária de nutrição. Por fim, a República Oriental do Uruguai e a República do Chile comprometeram-se a disponibilizar apoio de profissionais da área da saúde e auxílio médico ao Brasil, respectivamente.


Arthur Martins Santana, Letícia Almansa Klusener e Andreina Possan da Rosa


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