Representantes dos estados membros recebem com apreensão a notícia do atentado ao presidente eleito brasileiro.
[texto ficcional produzido no contexto da III Simulação da UFSMUN]
No início da noite de ontem (05/11), um burburinho invadiu o plenário da Conferência Especializada da Organização dos Estados Americanos, que acontece em Santa Maria (RS). Em poucos instantes, a Mesa Diretora do encontro confirmou as especulações e informou aos delegados: o presidente eleito do Brasil sofreu um atentado das mãos de três agentes da Polícia Rodoviária Federal e está internado em estado grave.
Até o momento, os representantes dos estados membros da OEA vinham discutindo soluções para a temática do encontro: "A Crise da Segurança Pública na América Latina e a Crescente Violência Policial". Após intensos debates sobre a possibilidade de desmilitarização das polícias, a Conferência da OEA avançava na pauta da cooperação técnica multidimensional entre os países para vencer o tráfico internacional de drogas. A notícia, entretanto, interrompeu o fluxo normal dos debates e pautou as discussões da última sessão do sábado.
O plenário da OEA foi unânime em declarar a solidariedade ao Brasil em função do ataque ao presidente eleito. Mesmo antes das investigações detalhadas, os delegados dos estados membros compreenderam que a descrição do atentado e as manifestações do policial preso caracterizam uma ameaça grave à democracia brasileira.
A ausência mais gritante foi a do Paraguai, cuja delegação não retornou ao plenário após os primeiros boatos. A comitiva do presidente eleito Lula dirigia-se a Ponta Porã, fronteira com Pedro Juan Caballero, para participar de evento da sociedade civil organizada quando sofreu o atentado. Enquanto a delegação não se fez presente, os demais países discutiram possíveis sanções ao Paraguai propostas pela delegação brasileira, com redução de seu status para observador sem direito a voto.
Os EUA, que enviaram seu representante apenas no segundo dia do evento, citaram a semelhança com as dificuldades na transição do governo de Trump para Biden no episódio do Capitólio, em 06 de janeiro de 2021. Relatos preliminares informam que parte da delegação dos EUA reuniu-se com o presidente em exercício, Gen. Hamilton Mourão, logo após a notícia.
O presidente brasileiro está no Equador e até o momento não se manifestou oficialmente sobre o caso. A delegação do Equador no encontro da OEA, entretanto, veio a público para melhorar a manifestação apressada de seu presidente (que teria minimizado o atentado) e endossar a solidariedade ao Brasil.
Manifestações de apoio à democracia brasileira mais explícitas vieram dos delegados do Uruguai e do Peru. A delegada Uruguaia citou o papel das fake news no fomento da mentalidade golpista e da insubordinação policial e o Peru sugeriu um acompanhamento mais próximo da OEA ao processo de transição de governo.
A Bolívia relembrou o golpe que viveu recentemente, encabeçado por Jeanine Añez, e alertou para a problemática intervenção da OEA naquele episódio. O Equador alertou também para a importância da manutenção da integridade do fórum multilateral para a resolução da crise instalada, pois possíveis sanções ao Paraguai podem afetar toda a região e desencadear problemas maiores. Ao fim da sessão, enquanto se discutia a possibilidade de instalação de um Gabinete de Crise no âmbito da Conferência da OEA para discutir as possíveis ações futuras sobre o tema, o encontro foi suspenso e será reiniciado na manhã deste domingo.
(por Yuri Medeiros)
Kommentare