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Balanço dos Dois Dias da Conferência de Bandung

Confira os principais pontos que caracterizaram o segundo e último dia de sessão pelo Conselho.



Primeiro dia de reunião de líderes de países asiáticos e africanos na cidade de Bandung, na Indonésia, visando a discussão de maior autonomia dos países presentes na conferência contrários à participação nas zonas de influência capitalistas(lideradas pelos Estados Unidos) e comunistas (liderados pela União Soviética), bem como a busca por resoluções de cooperação das nações do Eixo-Sul, conta com a proposta para alcançar maior representatividade e apresentar uma alternativa a países considerados como "nações de terceiro mundo" contra países considerados imperialistas e com ações de cunho intervencionista praticados por países como França, Inglaterra, entre outros.

No primeiro dia de discussões, ficou resolvido enviar uma carta para o Secretário Geral da ONU, o Sr. Dag Hammarskjöld, com um repúdio a países considerados imperialistas e intervencionistas por desrespeito a soberania dos países participantes da Conferência, seja em questões culturais, políticos e econômicos, bem como não dar "garantia de espaço de atuação e manobra para o desenvolvimento e autonomia dos países do Sul global". Além disso, os países pediram na carta que a ONU atue de maneira incisiva "no sentido de sempre encorajar a solução pacífica de controvérsias", além de mediar o respeito por parte de países ex-colonizadores e respeitar os direitos humanos de suas antigas colônias. A carta teve como signatários oito países e foi aprovada em ampla maioria.

Ainda no primeiro dia, foi proposto pela delegada do Vietnã um pacto entre os países participantes da conferência no qual eles se comprometeram em fazer cooperação de intercâmbio cultural, como um sinal de distanciamento das práticas culturais estadunidenses e soviéticas. Além disso, a delegada da Filipinas sugeriu que se fizessem gincanas ou competições no mesmo estilo das Olimpíadas com o objetivo de promover melhor as expressões culturais dos países, proposta que foi rejeitada pela maioria dos outros membros da conferência.

Durante a coletiva de imprensa que ocorreu no segundo dia de conferência, foi questionado ao delegado da Arábia Saudita a posição do mesmo a respeito do pacto de cooperação cultural que estava sendo proposto na reunião, se isso poderia acontecer apesar de diferenças culturais ligadas a religião e ideologia. De acordo com o delegado, o país irá se comprometer em respeitar e reconhecer a cooperação cultural, desde que não interfira na soberania e na logística sociocultural do seu país.

Também na coletiva, foi perguntado para a delegada da República Popular da China a respeito se poderia conseguir o apoio da República da China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU com as reivindicações da carta enviada ao Secretário-Geral. Em resposta, a delegada, que afirma não reconhecer a nação vizinha, não chegou a se comunicar com a mesma, mas se comprometeu a cooperar com os países do Eixo-Sul para se ter uma coexistência pacífica, bem como com os países ocidentais e que fazem parte da ONU.

As últimas sessões após a coletiva de imprensa foram focada na produção do documento final que propõe as diretrizes finais da Conferência, onde eles decidirão do posicionamento dos países participantes com relação a cooperações econômicas, culturais e políticas, resolução dos problemas dos países que conseguiram independência ou que ainda estão em processo de emancipação, e propostas para acabar com o racismo e contribuir na promoção da Paz Mundial sem a interferência das potências capitalistas e comunistas. Também ficou resolvido sobre como seria resolvido a questão do uso de Armas de Destruição em Massa, onde a maioria dos países concordaram em fazer o máximo de sugerir que países que possuem armas desse tipo não usem territórios pertencentes a países da Ásia, África e Pacífico como locais de testes.

O que chamou a atenção na conferência de Bandung foi que em todas as reuniões não houve casos de crises e embates entre as nações, deixando a elaboração das agendas de maneira harmoniosa e de senso comum na elaboração do documento final, facilitando assim na agilidade em terminar uma proposta final da Conferência e apresentar a mesma para outros países que também não pretendem fazer parte de nenhuma zona de influência seja capitalista ou comunista.


Wando Moreira Cavalcanti

 

Relatório produzido durante o dia 28 de novembro de 2021, durante a II Edição do UFSMUN


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