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Movimento estudantil como força de mudança


Foto: Gemunu Amarasinghe/AP

No ano da pandemia, o povo tailandês enfrenta o perigo iminente do Covid-19 para protestar a favor de um país mais democrático, pedindo a reestruturação do sistema de governo e a deposição do primeiro-ministro,Prayut Chan O Cha, que permanece no poder há 6 anos, desde que tomou posse no golpe em 2014. O movimento estudantil tomou a frente dos protestos e ganhou um enorme apoio popular, dando início ao Movimento Povo Livre.

O país do sudeste asiático funciona sob uma monarquia constitucional extremamente rígida onde até mesmo expressar qualquer tipo de opinião contra a família real é crime punido de acordo com a lei de lesa-majestade. A revogação desta lei é uma das reclamações dos manifestantes, que, novamente, partiu dos ideais dos mais jovens. A geração mais nova, inspirada por obras como Jogos Vorazes que retratam levantes populares, conseguiu transmitir a sede por democracia à geração anterior, que é muito mais apegada aos costumes e à monarquia.

Os mais jovens estavam inicialmente focados em atuar por meio do partido Anakot Mai (Novo Futuro), onde eles propagavam suas ideias revolucionárias dentro da política. As manifestações começaram após a dissolução deste partido em fevereiro de 2020, inicialmente organizadas e apoiadas somente pelo movimento estudantil, e eventualmente recebendo apoio do público geral. Desde então uma onda dos maiores protestos desde 2014 se espalha pelo país com adesão crescente, tendo registrado em setembro a maior manifestação com aproximadamente 30 mil participantes. Em outubro o governo decretou estado de emergência devido às grandes aglomerações.

A repressão se mostra igualmente rígida apesar da pacificidade dos protestos. Vários manifestantes foram presos por enfrentar a monarquia sob a lei de lesa-majestade, outros foram dados como desaparecidos, publicações nas redes sociais sobre os protestos foram proibidas e até mesmo a veiculação de notícias acerca dos eventos passou a ser controlada pelo governo. Mesmo com a censura, os protestantes postaram imagens das manifestações na internet e recorreram à ajuda internacional para divulgar o que está acontecendo no país.

Em resumo, a liderança dos jovens foi essencial para incitar o desejo por democracia no povo e para impulsionar o movimento que clama por uma república tailandesa. A atuação do movimento estudantil nesses protestos mostra que a geração atual está pronta para tomar em suas mãos as mudanças necessárias e tornar este o seu tempo, sem mais influências do passado.



Referências:

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/15/tailandia-decreta-estado-de-emergencia-em-bangcok-apos-dias-de-protestos-contra-o-governo.ghtml

https://noticias.r7.com/internacional/tailandia-dissolve-partido-de-oposicao-mais-critico-aos-militares-21022020

https://www.efe.com/efe/brasil/mundo/governo-eleito-assume-na-tailandia-apos-5-anos-de-regime-militar/50000243-4024064

https://www.brasildefato.com.br/2020/08/17/milhares-vao-as-ruas-de-bangkok-em-protestos-contra-o-governo

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/05/140522_tailandia_entenda_mdb

https://www.terra.com.br/noticias/mundo/protestos-contra-governo-e-monarquia-aumentam-na-tailandia,a41e0bfe6e1e7016b78859b412859cd94q1dbv7j.html

 

Escrito por: Manuela Reis

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