top of page

O pujante poder cultural estadunidense


Estados Unidos da América, consolidado ainda como a maior potência no sistema internacional, detém atualmente do mais elevado PIB e uma série de outras estatísticas sinônimas de seu grandioso poder. Consagrasse como exemplo nas dimensões política, militar, econômica e cultural. Logo, como ente de tais proporções, a necessidade de ampliação de sua área de poder e atuação é inerente, assim o exercício de sua força sobre os demais Estados torna-se regra do jogo estadunidense. No entanto, a prática da influência sobre os demais atores diferencia-se no que tange métodos. Ademais, nota-se que os Estados visando garantir suas conquistas e interesses, fazem uso de uma força mais branda, teoricamente menos agressiva, porém muito abrangente e devastadora. Joseph Nye Jr(2002) definiu essa forma de execução de poder como soft power em oposição ao chamado hard power ou poder bruto. Para Nye, poder “é a capacidade de obter os resultados desejados e, se necessário, mudar o comportamento dos outros para obtê-los”1(2002. P.30)

Basicamente o poder brando está diretamente relacionado à credibilidade do país. Quanto mais capacidade de disseminação de poder brando ele dispuser, mais crédito ele terá perante o sistema internacional, “o país que consegue legitimar seu poder aos olhos dos demais encontra menor resistência para obter o que deseja. Contando ele com uma cultura e uma ideologia atraentes, os outros se mostram mais dispostos a acompanhá-lo.” (NYE, 2002, p. 39). O Soft Power toma uma forma sedutora, atraente para com o indivíduo, quebrando resistências, promovendo a cultura como um vetor político e econômico. Assim, tal poder, está intrinsecamente conectado com o rompimento do isolacionismo norte-americano, de modo a prospectar sua cultura, seu modo de vida (american way of life), buscando concretizar a influência sobre os indivíduos, visto que estes são a base decisória e alvo das empresas.

Adiante, pode-se observar facilmente a presença do poder brando no cotidiano, desde a alimentação, com um estilo rápido, adaptado à nova vida moderna, os fast-foods, tais como Subway, Starbucks e Burger King ( juntos somando um total de 77.700 lojas no mundo todo), quanto também a vestuário e moda, ditados pela Nike, GAP, Calvin Klein, etc. ao setor de bebidas como Coca-Cola, brinquedos e entretenimento infantis (Barbie, Disney, Marvel, etc.), a conhecida música Pop, datas como Halloween, e por fim e mais impregnado no cotidiano dos indivíduos, os filmes e séries norte-americanos, estes sem dúvida se mostram como as melhores ferramentas para pratica do poder cultural, de modo que o espectador buscará nestes a fuga da rotina, projetando nas telas os objetos que deseja consumir e o estilo de vida que gostaria de ter. Embrenha-se sobre tal assunto o conceito de indústria cultural, cunhado por Adorno e Horkheimer em 1985, os quais definem a existência da arte como produto, feita apenas para consumir pelo espectador, verdadeiros enlatados culturais.

Logo, os Estados Unidos são de longe a potência que mais soube produzir e influenciar por meio do Soft Power, ultrapassando a França, a qual foi capaz de levar o seu estilo requintado e cortês, juntamente com o seu idioma, este que anteriormente ao inglês, consagrava-se como a língua mais falada mundialmente. Seguida da Inglaterra, com seu conhecido e apreciado chá e costumes britânicos, porém não forte o bastante em termos de Soft Power pela incapacidade de não levar a dominação da língua inglesa, tal feito foi realizado pelos EUA juntamente com o seu processo de ascensão.

Por fim, por meio dos instrumentos do Soft Power norte-americano, principalmente o cinema, que a fama de invencível e invulnerável dos EUA se propaga, bem como seu renome de nação benevolente, protetora e solucionadora de conflitos. Aliando-se a um momento de intensa globalização, importante para a quebra de diversas barreiras econômicas e intensificação do comércio, consoante a globalização social, alavancada pela internet e demais canais, implementando a homogeneização cultural do mundo, concedendo ao Estado Unidos credibilidade, ao mesmo tempo que impõe resultados por ele desejado e influencia os atores no cenário internacional.

Fonte:


 

Escrito por: Vinicius Morelatto

38 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page